L. R. Arcano

Marooning: A Brutal Punição Pirata de Abandono em Ilha Deserta

Morooned Pirate - Abandonado em uma Ilha Deserta
“Morooned Pirate”, por Howard Pyle

Imagine ser abandonado em uma ilha deserta, vendo o navio desaparecer no horizonte, sem água, com pouca comida e apenas uma pistola com uma única bala. Sob o sol implacável e o silêncio quebrado apenas pelas ondas, essa era a cruel realidade do marooning — o abandono em ilha deserta —, punição temida na Era Dourada da Pirataria, reservada aos crimes mais graves cometidos no mar.

ASSISTA: vídeo do canal ‘Reino Arcano’ explicando o marooning — o cruel abandono em ilha deserta durante a Era Dourada da Pirataria!

Origem do Termo Marooning

A palavra marooning vem do termo espanhol cimarrón, que originalmente designava animais domésticos que fugiam para viver em estado selvagem. Com o tempo, o termo passou a se referir a pessoas que se isolavam em terras desabitadas, incluindo escravizados fugitivos.

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Somente mais tarde passou a significar o abandono de alguém em uma ilha deserta — destino que, para piratas e marinheiros, raramente tinha volta.

Os Artigos Piratas e a Punição do Abandono

Durante os séculos XVII e XVIII, os piratas seguiam códigos de conduta conhecidos como artigos piratas ou códigos piratas.

Essas regras variavam de navio para navio, mas tinham objetivos claros: manter a disciplina, proteger a tripulação e garantir a divisão justa dos espólios.

Entre os crimes punidos com marooning, estavam:

  • Traição: amotinar-se contra o capitão ou mostrar deslealdade em combate.
  • Roubo dos espólios: apropriar-se do tesouro comum.
  • Covardia em batalha: recusar-se a lutar, colocando o grupo em risco.
  • Brigas perigosas a bordo: conflitos graves que ameaçassem a segurança da tripulação.
Código dos Piratas

Em alguns códigos, como os de Bartholomew Roberts e John Phillips, o marooning era descrito de forma irônica como “tornar-se governador de uma ilha” — um eufemismo sombrio para a sentença de isolamento final.

Como Funcionava o Abandono em Ilha Deserta

O marooning não era aplicado em qualquer lugar. O local de abandono era escolhido para maximizar o isolamento e as chances mínimas de sobrevivência.

Normalmente, tratava-se de ilhas áridas e sem água potável. Em alguns casos, o “local” era apenas um banco de areia exposto na maré baixa, sem árvores para sombra ou refúgio contra tempestades.

O punido recebia apenas o básico:

  • Um pouco de comida.
  • Um cantil de água.
  • E, muitas vezes, uma pistola com uma única bala — um recurso para encurtar o próprio sofrimento.

A sobrevivência dependia da sorte: pescar, encontrar alguma fonte de água ou esperar que um navio passasse próximo o bastante para avistar o náufrago.

Casos Históricos de Marooning

Edward England

Após um motim, foi abandonado por sua própria tripulação em uma ilha perto de Madagascar. Pouco se sabe sobre sua morte.

Pirata Edward England
O Pirata Edward England

Philip Ashton

Capturado pelo pirata Edward Low, Ashton foi deixado em uma ilha desabitada no Caribe. Sobreviveu por 16 meses até ser resgatado.

Alexander Selkirk

O caso mais famoso: em 1704, o escocês pediu para ser deixado em uma ilha após discordar do capitão. Passou quatro anos e quatro meses isolado em Más a Tierra (hoje Ilha Robinson Crusoé). Sua história inspirou o romance Robinson Crusoé, de Daniel Defoe.

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O Significado do Marooning para os Piratas

Para as tripulações, o abandono em ilha deserta não era apenas punição — era um aviso severo para manter a ordem. Representava o isolamento extremo, onde o mar e o sol se tornavam carcereiros implacáveis.

Afinal, na pirataria, a disciplina era a diferença entre a vida e a morte.

Conclusão

O marooning foi uma das punições mais cruéis da Era Dourada da Pirataria. Destinado a garantir a disciplina a bordo, deixava o condenado à mercê da natureza e de sua própria resistência.

Hoje, essa prática sobrevive apenas nos relatos históricos — lembrança de um tempo em que o oceano era tão implacável quanto os próprios piratas.

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